Beneficiários do INSS podem mudar seu pagamento para conta corrente

14/05/2020

Com a escalada da pandemia do COVID 19 algumas mudanças já a muito tempo solicitadas estão sendo finalmente ouvida, uma delas é a desburocratização para a mudança da forma de pagamento, ou seja quem recebe por cartão magnético poderá solicitar a mudança via aplicativo MEU INSS.

Definido pela portaria 543 publicado pelo diário oficial em 29 de Abril de 2020 no Diário Oficial o requerimento passa a ser exclusivamente solicitado pelo APP. Atualmente 12.4
Milhões de beneficiários recebem por meio do cartão magnético.

Pré-requisitos para receber por conta corrente

O principal pré requisito para se receber com conta corrente é que a conta informada deve ser no nome do titular do beneficiário, ou seja, não poderá indicar uma conta de terceiro.

Outro pré requisito é que o beneficiário tenha cadastrado um login e senha no aplicativo MEU INSS, devido ao processo ser realizado mediante a autenticação do usuário.

Como solicitar a mudança do pagamento

O passo a passo ainda não foi divulgado pelo INSS e como já era de se esperar o beneficiário terá de descobrir sozinho, enviamos um email para o INSS mas sem retorno até o momento.

Recomendamos que procure por dados cadastrais ou dados bancários dentro do APP para que possa realizar a mudança.

Riscos x Benefícios

Uma das maiores preocupações do portal consignados é a questão da segurança da informação, o INSS é um dos órgãos com maior vazamento de dados, não é incomum dados de aposentados e pensionistas pararem na mãos de estelionatários e até mesmo de empresas que fornecem sistemas para consulta.

Com o vazamento de dados o estelionatário poderá baixar o APP e fazer a mudança para uma conta de passagem, gerando assim dor de cabeça ao segurado o qual inevitavelmente deverá comparecer na instituição financeira e no INSS, ficando assim mais exposto a uma contaminação por coronavírus.

Vantagens em mudar seu pagamento para conta corrente

Uma das grandes vantagens de ter seu benefício pago através de uma conta corrente é a praticidade de não ter que comparecer mensalmente ao banco para receber. As famosas filas em pleno ano de 2020 ainda são uma realidade no país.

Esforços tecnológicos e bancos digitais tem se mostrado muito eficazes, contudo o perfil de quem recebe este tipo de benefício é de pessoas com idade superior a 60 anos, onde a aversão a tecnologia é um fato já bem sabido.

Em um mundo Globalizado não são somente as informações que chegam rápido, as pandemias também, evitar aglomeração na frente do banco é algo que deve ser evitado, com a mudança do recebimento para sua conta corrente, as filas podem ser evitadas e seu orçamento melhor administrado.

Já ouviu a expressão “Essa nota de 100 se trocar vai embora?”, pois é, a valor médio pago pelo INSS é de R$ 1.300,00, considerando os gastos de um aposentado ou pensionista do INSS, cada centavo conta, ao usar um cartão de débito esse centavos se somarão aos outros e pouparão um bom recurso no final do mês.

Vamos combinar o Brasil tem uma das maiores taxas de criminalidade do mundo, as famosas “saidinhas”, são cada vez mais comuns no período de pagamento e muitas vezes o idoso vai sozinho e desprotegido ao banco, ficando exposto a tais ações criminosas, ter uma conta e evitar isso parece além de todas as vantagens acima já citadas uma boa pedida para que você comece a pensar no caso de mudar seu pagamento para uma conta corrente.

O recebimento através de cartão magnético é o único fator de vulnerabilidade para uma fraude, o que deve ser bem observado na sua tomada de decisão, não existe fraude por quadrilhas de estelionatários para quem recebe por conta corrente

Porque ainda se recebe por Cartão Magnético?

Devido ao perfil socioeconômico do beneficiário do INSS ser na grande maioria de baixa renda, e as tarifas bancárias as vezes corresponderem até 5% o valor do pagamento do beneficiário, ter um conta corrente acaba não sendo uma opção viável.

Já tomado com 30% de empréstimos e 5% com cartão de crédito consignado e tendo uma baixa renda e muitas vezes sendo o esteio da casa, a tarifa bancária faz muita diferença no final das contas.

Outro fator é cultural, no passado a circulação de dinheiro era praticamente em papel, o que culturalmente fez com que muitas pessoas acima de 60 anos ainda mantenham este costume, mas tá na hora de mudar né!

Conclusão

No final das contas o nome de tudo isso é GANANCIA, e porque digo isso! Em um cenário ideal o cartão magnético não deveria existir mais, e as instituições financeiras que já se aproveitam dos segurados do INSS ofertando crédito de forma inescrupulosa deveriam zerar as tarifas nestes casos.

Atualmente existem instituições que consomem 65% da renda do beneficiário do INSS com operações de crédito, sendo 30% em empréstimos consignados, 5% com Cartão de crédito e mais 30% com operações de débito em conta.

Considerando dados estatísticos que comprovam que o brasileiro gasta até 70% da sua renda com alimentação, temos um cenário alarmante.

Se considerar que cada vez que utiliza seu cartão de débito em uma compra o lojista paga uma tarifa para o banco, a tarifa de conta é algo bem superficial, ainda mais em casos onde o beneficiário é uma pequena parcela do público com conta corrente não acha?

Demagogia é algo repugnante e quando vejo instituições doando toneladas de dinheiro ao combate ao COVID, as vezes me pergunto : “É sério isso? Esse dinheiro realmente vai para quem precisa? Ou devido ao perfil de vítimas fatais eles estão preocupados em perder o desconto em folha e os demais acessos que tem sobre os benefícios de tais pessoas?”.

Durante 20 anos atuei na frente de operações de crédito, e posso afirmar que boas intenções eles não tem! A forma como as instituições financeiras trata seus parceiros beira ao canibalismo, e as abordagens da sua área comercial em fomentar o negócio é desumano.

Quando um beneficiário morre sua dívida em operações de crédito consignado deixa de existir e não são herdados pelos familiares, considerando que em média o endividamento é de R$ 15.000,00 e a longo prazo passa dos R$ 30.000,00, ou seja, a cada 500 pessoas que perdem a vida o banco deixa de lucrar R$ 15.000.000 de reais, considerando que já passamos de 4.000 mortes a conta é bem fácil de ser feita, o perfil de mortalidade é de 72% de pessoas acima dos 60 anos ou seja, fazendo uma conta rápida 2.880 pessoas acima de 60 anos já perderam a vida o que traria um prejuízo acima dos 68 Milhões de reais as instituições financeiras do país, fora os demais casos que também são consumidores e vão deixar de pagar suas contas, bem como seguros de vida a serem pagos, entre outras situações com arrendamento mercantil e Imobiliário.

Fora toda esse prejuízo a exposição de uma marca em horário nobre no meu entendimento me parece mais uma ação de marketing do que qualquer outra coisa, considerando que uma propaganda custa em torno de 1.000.000 dentro do Jornal Nacional. Acho até bacana a iniciativa, mas não acredite que só existe boas intenções por trás destas ações.

No geral recomendamos sim a mudança para o recebimento através de conta corrente, é muito mais seguro, tanto no aspecto de exposição quanto no tocante financeiro, mas antes de qualquer mudança negocie com seu banco a tarifa de contas.

Luiz Fernando Ribeiro Pereira

Autor do Portal Consignados

Há 17 anos no mercado de crédito, se especializou em empréstimo consignado, politicas de crédito, crédito consciente e Marketing Digital, co-fundador do portal consignados.com.br
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